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5 minutos para vencer o dia

Eu me considero e me defino como uma pessoa cética, bastante racional, que funciona bem diante de fatos e dados. Isso significa que não acredito em signos, mau-olhado, energia de cristais, tampouco nas superstições de qualquer tipo. Mas existe um ditado popular espanhol que muito me representa: "no creo en brujas, pero que las hay, las hay" (em tradução livre: não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem). Na prática: eu não acredito, maaas…


Tudo isso pra dizer que eu sou de peixes, com a minha lua (lua? ascendente? nunca lembro!) em virgem - o que explicaria o meu lado bastante crítico, controlador, metódico, detalhista, organizado… e a minha paixão por planejamento, checklists e cronogramas. Na verdade, talvez obsessão fosse o termo mais correto. Paixão me remete a algo bom, gostoso. Obsessão traz consigo um lado árduo, pesado, que aprisiona.


Apesar de realmente gostar dessas minhas características, que me permitem viver com uma eficiência da qual não abro mão, o outro lado da moeda é a autocobrança excessiva, a dificuldade em ser mais flexível e lidar com os dias que não saem conforme o planejado, que, desde que decidi empreender e abrir meu estúdio de design de interiores, são a esmagadora maioria dos dias. Sabe aquela sensação de ao final do dia ter feito 20 coisas, olhar para a sua lista, e se dar conta que você só  “deu dois checks”? Muita gente encerraria o dia feliz (e com razão!!), afinal resolveu 20 pendências! Mas na minha cabeça virginiana (rsrs), eu era tomada por uma sensação de frustração tremenda, só conseguia enxergar todos os itens “não checkados“ na minha agenda. Depois de muito sofrer com isso, justamente por saber o quão absurdo era, eu decidi burlar o sistema! Sim! Meu planear, minhas regras! E assim nascia o conceito dos “5 minutos para vencer o dia”, que eventualmente divido nos Stories do meu Instagram.


Dado que a minha cabeça claramente não reconhece todos os meus esforços e entregas, e se importa apenas com o check dado nas tarefas planejadas, eu resolvi que iria manipulá-la descaradamente para ver no que dava. Já que são os checks que valem, passei a incluir tarefas diárias que eu certamente iria realizar - como arrumar a cama, regar as plantas, preparar o almoço, beber dois litros de água. Todas aquelas tarefas que na vida a gente para e resolve, querendo ou não, tão no automático que nem ao menos cosideramos como um ”to do”. E para o meu choque (e certa decepção, devo admitir. Alô, terapia), funcionou. Na prática nada mudou, meus dias seguiam da mesma forma. Mas a sensação deliciosa de “missão cumprida”, e todo o bem-estar atrelado a ela, passaram a fazer parte da minha rotina de maneira viciante.


Eu tenho certeza que você já vivenciou isso e sabe como é diferente dormir e acordar com aquela sensação de conquista, satisfação, realização, orgulho, alívio, motivação... ou dormir e acordar com um sentimento de frustração, culpa, ansiedade, baixa autoestima, estresse, desmotivação. Estou confiante em dizer que todos aqui preferem o primeiro cenário, não é? E seja um ou outro, o efeito bola de neve é o mesmo - positivo ou negativo.


Ao me dar conta disso, eu não queria mais esperar o final do dia para ser inundada com esses sentimentos que tanto me motivavam, melhoravam o meu bem-estar, me faziam produzir ainda mais e melhor. Eu queria já começar o dia assim!


O racional então foi dessa forma: ir para a ginástica, tomar café, tomar banho e me arrumar para trabalhar já me garantiam quatro checks. Colocar a louça da máquina, passar aspirador, arrumar a cama, lavar as roupas, ir ao mercado, cuidar das plantas, organizar as gavetas e armários, guardar os sapatos na sapateira e tantas outras tarefas domésticas que a gente em algum momento precisa fazer poderiam ainda me render mais vários checks - mas também me tomariam muito tempo, não seria viável. E se eu fizesse somente um deles, mas todos os dias? Ainda que fosse preciso fragmentar uma atividade maior em várias menores.


Com isso, todos os dias, antes mesmo de sentar para trabalhar e fazer tudo o que sempre faço, eu já tinha conquistado CINCO checks no meu planner. E de quebra, com essa ideia de fragmentar as tarefas, fui percebendo que a minha casa passou a ficar mais limpa, organizada e cuidada do que nunca!


Provavelmente muitos de vocês que chegaram até aqui devem estar me achando completamente doida nesse momento, e eu te dou toda razão. Mas it is what it is. Seja pelo meu mapa astral, seja pelas tantas horas de terapia que ainda me faltam, a verdade é que essa brincadeira tem funcionado muito bem por aqui. A minha casa, minha saúde mental e a minha produtividade agradecem.



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Prazer, Aline!

A minha magia é tornar real. ​Meu objetivo é criar soluções de design de interiores e curadoria de objetos significativos para decoração de casas que proporcionem conforto e segurança.

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