Ano Novo, Casa Nova... e velhos hábitos.

Eu sempre amei recomeços. Aquele sentimento otimista e reconfortante de que tudo, bem ou mal, ficou para trás, que existe uma nova chance para ser tudo diferente. Os aniversários, todas as segundas-feiras, as viradas de ano. Esse mix de sentimentos positivos sempre muito me animam, me dão um boost de energia para seguir. E munida desse combustível, após as festas de final de ano, desde que me dou conta por gente, eu tenho o hábito de usar as primeiras semanas do ano novo para renovar a casa (inclusive, quando era adolescente e morava com a minha mãe, já fazia isso no meu quarto).

A minha vida mudou muito nos últimos anos, e em 2023, através do meu Instagram, eu comecei a reunir uma verdadeira comunidade de pessoas interessadas em transformar suas casas e buscar lares cada vez melhores e mais autênticos. Foi então que, um pouco antes do Natal, me ocorreu a ideia: por que não nos juntarmos nesse movimento de renovar e repensar a nossa casa para o novo ano? E assim surgiu o Desafio Ano Novo, Casa Nova - um convite para juntas nos reconectarmos com o espaço onde vivemos.

Não vou detalhar todo o processo aqui no blog, já deixei tudo documentado no @aline.l.p (mais detalhes nesse destaque salvo aqui) para quem quiser ver e rever. Aqui nesse espaço, quero trazer um pouco das reflexões que fiz ao longo das últimas três semanas do Desafio.

Semana 1 - Eliminação: Abrindo Espaço (mais detalhes nesse destaque salvo aqui)

Em resumo, é preciso tirar o excesso para enxergar a essência. Diminuir a poluição visual nos permite entender as nossas reais necessidades, nos permite entrar em contato com o que de fato estamos precisando, e o que estava apenas ocupando espaços e preenchendo vazios. Então não tenham em casa objetos quebrados e que não funcionam. Não tenham em casa objetos que não fazem mais sentido para você, que não te trazem mais felicidade, que não tenham uma função, não tenha um apego vazio aos objetos.

Talvez por nunca ter tido muito espaço para armazenagem, talvez por já ter me mudado inúmeras vezes, talvez seja apenas minha personalidade, mas eu nunca fui do perfil "acumuladora". Na verdade demorei a aprender ter um pouco mais de cuidado antes de me desfazer de algo, e me arrepender em seguida. Reavaliar o que tenho em casa foi evoluindo de um exercício anual, para semestral, para a cada virada de estação, para a cada virada de mês... até que se tornou um hábito cotidiano para mim. O tempo todo, ao abrir uma gaveta, uma pasta de documentos, ao guardar as roupas limpas, eu sempre me pego reavaliando o que tem ali e separando algo que pode ser descartado, consertado, ou passado adiante.

Confesso que só me dei conta disso ao me preocupar em documentar o meu processo de eliminação para dividir no meu perfil! Recebi muitos comentários de pessoas dizendo que estavam tirando sacolas e mais sacolas, caixas e mais caixas, que precisariam de muito mais que uma semana para concluir a casa toda.

Entendi, então, a lição #1 - é muito mais fácil e prazeroso quando fazemos essa tarefa de forma gradual! Outra vantagem: além de trazer mais fluidez para a nossa casa, "destralhar" os espaços e não acumular "cacarecos" também facilita a arrumação e limpeza no dia a dia. Como disse, para mim essa rotina acabou acontecendo naturalmente, mas se para você isso ainda é uma dificuldade, deixo aqui a minha sugestão de ir pouco a pouco aumentando a frequência com que você elimina os exessos na sua casa. Eu tenho certeza que conforme você for sentindo os benefícios, você vai cada vez mais incorportar esse exercício de reflexão e avaliação na sua rotina!

Semana 2 - Organizar para transformar (mais detalhes nesse destaque salvo aqui)

Nesta etapa nos dedicamos à organização dos espaços, categorizando e setorizando os itens de cada cantinho. À medida que você arruma, além de muito mais funcional e prático, as necessidades e os desejos por móveis e objetos novos vão ficando mais claros. E nesse momento, com as ideias surgindo, a minha sugestão é que você vá fazendo uma lista de tudo aquilo que precisa de raparos e manutanção, do que você quer substituir e do que quer adicionar. Também é de grande ajuda, para depois tirar o plano do papel, priorizar os itens listados e anotar o valor estimado (eu gosto de anotar usando uma escala de $, $$ e $$$, por exemplo).

E aqui, lição #2, mais uma vez percebi como um velho hábito se fez muito útil: os meus "5 minutos para vencer o dia". Só não bagunça o que não é usado, e ter esse hábito de diariamente fazer uma pequena manutenção na casa enquanto preparo meu café pela manhã, resultou em não ter praticamente ne-nhum cantinho que precisasse de organização durante o desafio!

Longe de querer bancar aqui a "miss eficiência", "miss organização" rs! Minha intenção é apenas reforçar que o segredo é não acumular. É tão fácil desprender de 3, 5, 7, 15 minutos e arrumar um pequeno espaço. Mas é tão exaustivo precisar de dias inteiros para arrumar incontáveis armários, gavetas, caixas, e cantinhos. Isso parece pequeno, mas me trouxe tantos benefícios, que vão tão além de uma casa arrumada, que já escrevi um post dedicado aqui no blog!

Semana 3 - Plano de ação (mais detalhes nesse destaque salvo aqui)

Ter um bom planejamento é o primeiro passo para começar a fazer a transformação acontecer. Ao listar tudo o que precisa ser ajustado, tudo o que você gostaria de fazer, ao priorizar conforme suas necessidades, ao estimar o custo envolvido você já estará com tudo muito bem encaminhado... ou assim deveria ver. Mas na realidade, o que percebi com os relatos que fui recebendo, é que ao se deparar com uma lista enorme, na maioria bateu um certo desespero, uma sensação de que seria inviável, impossível realizar aquilo tudo.

Quando montamos um quebra-cabeças gigante, como fazemos? Organizamos as peças por tipo (bordas e meio), por cores. Focamos em primeiro iniciar pelo contorno, depois trabalhamos em pequenas seções de cada vez. Muitas vezes se deixa esse plano da casa de lado pelo fato de focar apenas no tudo ou nada. Quando, na verdade, precisamos apenas definir quais são os nossos recursos disponíveis (de tempo e dinheiro), e seguindo nossas prioridades, endereçar um item por vez. Aprender a fazer boas escolhas, tanto nos itens a serem adquiridos, como a entender quais são as intervenções mais assertivas que nos trarão resultado de impacto.

Grandes transformações não dependem, necessariamente, de altos investimentos. Derminar um orçamento realista faz com que possamos alcançar resultados muito satisfatórios, além de possibilitar que a gente realize o planejado do início ao fim. Atingir metas, completar um ciclo, nos permite colher benefícios transformadores, para muito além do design de interiores.

Mas foi novamente nas trocas que tive com seguidoras que estavam participando do Desafio que assimilei a lição #3. Algo que eu já sabia quando decidi trabalhar ajudando as pessoas nesse processo de reconexão e transformação da casa, algo que tenho muita convicção e já refleti nesse texto aqui.

Nós temos que fazer o melhor com o que temos hoje. Todos nós merecemos nos sentir feliz, acolhido, orgulhoso com a casa que temos hoje. É um erro, um desperdício, uma verdadeira tristeza quando condicionamos a nossa felicidade em uma incerteza futura (e aqui não falo somente da casa).

Se esse Desafio nasceu com o intuito de guiar vocês em uma reflexão para se conhecer melhor através da sua relação com a casa, repensar as prioridades, e comece a sentir os benefícios a cada novo passo dado, ele se encerra como uma profunda validação de tudo aquilo que eu já acreditava, e que é no fundo o propósito que me motiva diariamente ao desenvolver as consultorias com os meus clientes, a compartilhar e trocar com vocês que me acompanham nas minhas redes.

Janeiro passou, mas o ano está apenas começando. A sua casa dos sonhos é construída pouco a pouco nas pequenas conquistas, um passo por vez. Se você não acompanhou o Desafio Ano Novo, Casa Nova em tempo real, aproveite agora para se organizar, se planejar, refletir... e já sabe, conte comigo para te acompanhar nesse processo! Vamos juntas?