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Os 10 mandamentos para o imóvel alugado

  • Foto do escritor: Aline Paiva
    Aline Paiva
  • 20 de set. de 2023
  • 5 min de leitura

Recentemente no mundo de arquitetura e interiores só se falava na polêmica dos B.O.s de obra, prejuízos e experiências traumáticas envolvendo um escritório de arquitetura famoso nas redes sociais e uma influenciadora. Se você não sabe do que estou falando, aqui vai um resumo: a produtora de conteúdo queria fazer do imóvel alugado a casa dos sonhos, e fez a transformação em parceria com o tal escritório famoso, esperando comprar o imóvel no futuro. Sem entrar no âmbito da fofoca, vou focar aqui apenas em um prejuízo - esse, de fato, confirmado: a polêmica reforçou ainda mais o receio que a maioria das pessoas tem para investir no imóvel alugado. Seja alugada, seja própria, a sua casa pode (e deve) ser linda, refletir a sua personalidade e atender às suas necessidades. O erro não está em investir no seu imóvel alugado, o principal erro está em quando a mesma lógica do imóvel próprio é usada - a estratégia para alugados é (ou deveria ser) outra!


O imóvel próprio vem acompanhado das ideias de longo prazo, de pra sempre, de investimento. Enquanto o alugado carrega o peso do curto prazo, do temporário, do dinheiro perdido. Se logo no conceito os dois contextos são tão distintos, por que raios seguem sendo tratados da mesma forma quando o assunto é reformar, redecorar? Para colocar um ponto final nesse medo de investir no alugado, resolvi trazer a minha estratégia quando desenvolvo uma consultoria para imóvel de aluguel.


Esses são "os 10 mandamentos para o imóvel alugado":


1. Confira os termos de entrega do imóvel. Parece óbvio, mas especialmente quando já estamos vivendo no imóvel há algum tempo, esquecemos do que consta em contrato. A pintura das paredes e teto deve ser nova? Da mesma cor de quando alugamos, ou pode ser diferente? E os móveis existentes, podemos retirar ou modificar algo? E quando tem cortinas, luminárias e afins?


2. Evite grandes reformas e intervenções. Trocar os pisos, trocar revestimentos, adicionar/substituir bancadas, pia, vaso sanitário, torneira e misturador, quebrar ou construir paredes, alterar portas e janelas, trocar pontos hidráulicos de lugar, mexer no forro de gesso, instalar ar condicionado... Além de essas intervenções serem mais complexas e necessitarem de um grande investimento, elas ainda podem ser bem difíceis - ou mesmo impossíveis - de serem revertidas ao original, ou aproveitadas por você ao se mudar. Muita coisa que gera incômodo pode ser amenizada fazendo boas escolhas no restante da casa, então pense bem!


3. Se essas intervenções forem mesmo necessárias, negocie e formalize com o proprietário antes. Justamente por serem melhorias que provavelmente ficarão no imóvel após você se mudar, vale a pena conversar com o proprietário. Sendo algo que vá valorizar o imóvel e facilitar futuras locações, é bastante comum que o proprietário se interesse e aceite fazer acordos que podem ir desde arcar com todos os custos, até financiar parcialmente, abater do aluguel, etc.


4. Ainda que o proprietário não aceite acordos, analise o custo-benefício. Quanto tempo você pretende ficar no imóvel? O quanto esse investimento fará diferença no seu dia a dia? Diluindo o valor total pelo tempo que ficará no imóvel, será que não vale a pena gastar esse dinheiro? Vou te dar um exemplo: imagine um chuveiro sem box de vidro, que tem apenas aquela cortina de plástico terrível, que fica grudando no corpo durante o banho e molhando todo o banheiro. Por menos de R$ 700 reais já é possível colocar um box de vidro. Se você pretende ficar no imóvel por 2 anos, serão 730 dias. Ou seja, supondo que você tome um banho/dia, esse box novo, que te trará muito mais conforto e deixará seu banheiro mais bonito, custaria menos de R$1 por dia. Quanto vale o seu bem-estar?


5. Cuidado com os móveis sob medida. Embora existam muitas possibilidades excelentes usando apenas móveis soltos, e mesmo sendo eu uma grande fã de composições de móveis soltos no melhor estilo "Pinterest gringo" (pessoalmente não gosto da casa cheia de móveis planejados ocupando cada milímetro da parede, prefiro um mix de móveis charmosos com design interessante), em muitos casos o melhor caminho é sim fazer um móvel sob medida com o marceneiro. Sendo o imóvel alugado, é sim possível tomarmos alguns cuidados para que tenhamos mais chances de aproveitá-lo ao se mudar. Por exemplo, evitar móveis grande demais, preferir desenhos modulares, evitar laca por sua sensibilidade a riscos, etc.


6. Não subestime uma boa pintura! Para dar aquela renovada e deixar com cara de novo, usar tinta é a forma mais simples, mais barata e mais fácil de reverter ao original - e não estou falando apenas das paredes! O mesmo vale para portas, janelas, armários e inclusive revestimentos na parede da cozinha e banheiros. Além de pintar para deixar com cara de novo, podemos também usar a tinta de maneira mais criativa para imprimir a sua personalidade no ambiente, para setorizar, para destacar ou disfarçar certas características da arquitetura.


7. High-low é o seu melhor amigo. Esse conceito é muito usado na moda, e se aplica perfeitamente ao contexto de interiores. Trata-se de misturar itens de design, de maior qualidade, mais nobres, com itens mais básicos, mais simples, mais baratos. Com um olhar bem treinado você consegue misturar mais móveis e objetos de qualidade e acabamento um pouco inferior (e por isso, um preço mais acessível), com alguns itens de maior qualidade, acabamento impecável, design diferenciado (e por isso, um preço mais elevado), que vão elevar o resultado do ambiente como um todo.


8. Investimentos sem erro. Nessa lógica do high-low, existem alguns itens da casa que você pode investir sem medo, pois o impacto será significativo e você facilmente vai seguir aproveitando quando se mudar. Estou falando de quadros, de luminárias decorativas, de cadeiras, de banquinhos, de mesas laterais, do enxoval.


9. Ainda nesse sentido, existem casos em que é melhor priorizar o custo-benefício. Aqui entram todos aqueles móveis que são menos versáteis, mais difíceis de se encaixar em qualquer layout, qualquer imóvel ao se mudar. Sofás, tapetes, mesa de jantar, mesa de centro, guarda-roupa, cortinas com medidas fora do padrão, etc.


10. Cuidado com "a casa dos sonhos". Se você não leu o post anterior, eu te convido a ler clicando aqui. Para resumir a ideia, vou usar um trecho desse próprio texto: "sonhar é uma delícia, sonhar é preciso, mas isso não deve te impedir de viver a realidade presente. (...) Dentro das suas possibilidades, faça o melhor que puder para viver em um espaço que te faça mais feliz, que te abrace hoje".

Pode parecer complexo, e muitas vezes a realidade de quem vive de aluguel é mesmo desafiadora. Nesse balanço de investir no que vale a pena, fazer as melhores escolhas, equilibrar o orçamento e ainda pensar no futuro incerto, não é incomum sermos invadidos por uma vontade de desistir, não fazer nada, deixar como está.


Mas não se contente com pouco, não se contente com menos do que você merece. A nossa casa é uma extensão de quem somos, é o nosso ninho. Sendo de aluguel, ou sendo uma casa própria, busque sempre uma casa linda, confortável, com muito capricho em cada detalhe. E se precisar de ajuda nesse processo, você sabe onde me encontrar!






 
 
 

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Prazer, Aline!

A minha magia é tornar real. ​Meu objetivo é criar soluções de design de interiores e curadoria de objetos significativos para decoração de casas que proporcionem conforto e segurança.

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